A tua bússola

O tema que se tornou num dos mais predominantes das nossas vidas está quase a fazer 1 ano. Durante este tempo todo praticamente não me pronunciei sobre ele. Contudo, neste momento, tornou-se inevitável não o fazer. É que mesmo sem assistir a noticiários e sem dar muita atenção a muita da contra e informação que é partilhada nas redes sociais, tenho de admitir que, foi-me impossível não reparar no tremendo movimento de “apontar o dedo” que nelas começou a fervilhar nas últimas semanas.

Acredito que a maioria das pessoas que adotou essa postura seja bem-intencionada e considere que, nas diversas formas de manifestação desse gesto, resida uma demonstração de que estão posicionadas no lado da solução. Todavia, também acredito que, muitas delas, ao contrário daquilo que consideram, não estão efetivamente nesse lado da questão. Estar sedento por uma solução não é o mesmo que estar no lado dela. Esse sentimento de ansiedade ou outro que nos cause desconforto, em relação ao tema, é precisamente aquilo que nos faz permanecer no lado do problema.

E embora eu entenda que haja benefício na existência de um problema, assim como há vantagens em tornar um problema maior (algo que poderei vir a abordar numa próxima), dei por mim a ponderar que, ao fim de quase um ano, se calhar já fazia sentido as pessoas começarem a posicionar-se mais no lado da solução ou, pelo menos, lá perto. E foi assim que quebrei um pouco o meu “silêncio” e nasceu uma espécie de “passo-a-passo”, resultante de seis publicações (de Foco I a Foco VI) que estão disponíveis na página do facebook e no instagram. No entanto, como os leitores não são exatamente os mesmos em todas as plataformas, acabei também por sentir o impulso para escrever sobre o tema aqui no blogue.

Após esta breve contextualização quero apenas dizer-te que, com isto, não tenho qualquer pretensão de te dizer onde estás – problema ou solução – dado que isso é algo que só tu podes saber. Aquilo que pretendo é somente enfatizar a circulação de um conhecimento que, no fundo, é inato a todos nós mas que, ao longo do tempo das nossas vidas, por tanto nos termos disponibilizado a seguir orientações exteriores, fomos esquecendo.

Compreendo que aquilo que vou escrever possa ser encarado como demasiado simplista por alguns, ainda mais numa altura em que o problema está tão grande e em possíveis vias de crescer ou, melhor dizendo: como consequência do desenvolvimento de um hábito de desabituação e de desuso de uma sabedoria que está contida em cada um, e face a um problema que é considerado tão grande, aquilo que vou escrever pode ser considerado demasiado simplista por alguns.

Mesmo assim considero que vale a pena fazê-lo, até porque, embora um simples passo não te faça chegar ao final da caminhada, o certo é que, sem um simples passo dado de cada vez, também não haveria uma caminhada concretizada. Portanto, é necessário que nos lembremos que simplicidade não é sinónimo de ineficácia e que, começar por onde nos é mais acessível, é requisito necessário para irmos adquirindo estabilidade em relação ao sítio onde poisamos o pé a cada passada.

Por isso, cá vai:

Tens em ti o melhor sistema de orientação do mundo, Universo e arredores.

Não importa quem sejas, a tua condição ou circunstâncias de vida, TU, sejas tu quem fores, que estás neste momento a ler estas palavras, tens um sistema de orientação infalível que te permite, a cada instante do dia, perceber em que direção estás a seguir.

Para além de infalível, essa tua incrível bússola interna é de fácil utilização e está sempre presente. Sempre disponível para ti. Tanto, que quase que me atreveria a afirmar que não há nada neste mundo que tenha mais disponibilidade para ti do que o teu magnífico sistema de orientação. E apesar das devidas diferenças na sua composição, o modo de funcionamento dos seus elementos é deveras semelhante ao de uma bússola tradicional. Ou seja, a agulha é o teu sentir, os pontos cardeais são as emoções e o Norte, aquele ponto de referência que te permite saber se vais ou não na direção pretendida, é o teu bem-estar. E aqui é relevante que saibas que tudo – absolutamente tudo aquilo que tu sentes – é sempre (sempre, sempre, sempre) em relação à distância a que te encontras do teu bem-estar.

Assim sendo, se pretendes saber de que lado da questão estás – problema ou solução -, bastará então que repares na forma como te sentes em relação ao tema. E é por isto que digo que o teu sistema de orientação é de fácil utilização pois, com estes conceitos todos presentes, a interpretação do resultado é tão óbvia, que não deixa qualquer espaço para dúvidas: se estiveres próximo do teu bem-estar, estarás mais perto da solução. Por outro lado, se estiveres afastado do teu bem-estar, estarás a sentir desconforto e esse é precisamente o indício de que estás na zona do problema.

E antes que levantes outras questões que, por sinal, são perfeitamente legítimas, por enquanto, experimenta ficar aqui só um bocadinho:

– Não é bom saber que, sempre que preciso, tenho algo que me indica onde estou a cada momento?

– Não é bom saber que, com a minha bússola, tenho sempre a indicação daquele que é o melhor caminho a seguir?

Eu cá acho que é!

Pela (re)conexão com o Amor que És, com leveza.

Susana Martinho