Como te sentes em relação a sonhar? – 1.ª parte

Antes de ter formatado o computador e ter mandado tudo ao ar, o texto que eu já tinha delineado passava pela partilha do meu testemunho pessoal em relação à temática abordada nestes textos mais recentes: resoluções, objetivos… e sonhos!

Como partilhei convosco aqui, durante muito tempo, fiz por me manter a girar no círculo da realização dos rituais gerados em torno das resoluções de Ano Novo. Ao mesmo tempo, acreditava que era possível sonhar e que os sonhos só se concretizavam através de um investimento pessoal muito específico, que normalmente se expressa através do esforço… da luta!

E foi nesse registo de esforço e de luta que concretizei aquele que considero que foi um dos maiores sonhos da minha vida, até ao momento – ser professora do 1.º ciclo do ensino básico.

Não sei se terás percebido a subtileza contida nas últimas 8 palavras do parágrafo anterior. Eu, como acabarás por entender, demorei anos a percebê-la…

Ser professora do 1.º ciclo foi realmente o grande sonho da minha vida, no qual investi esforço e luta até porque, aquilo que era – ainda é – apregoado, é que temos de ir à “luta” pelos nossos sonhos.

O investimento de esforço, assim como a importância atribuída ao exercer da profissão, foi-me sempre tão grande e de tanto valor que, quando a vida foi soberana e me retirou qualquer probabilidade de voltar a ingressar na atividade, o chão saiu abruptamente debaixo dos meus pés.

Como essa reviravolta da vida aconteceu numa altura em que os indícios apontavam no sentido da oportunidade de exercer a profissão se tornar mais definitiva, instantaneamente, senti-me a entrar em queda-livre, com a consciência de que estava a cair num buraco de uma profundeza imensa. E, ao mesmo tempo que era dilacerada pela dor da perda, sentia a inquieta perturbação da dúvida da capacidade de sair do lugar por onde tinha acabado de me aprofundar.

Este foi também o momento determinante em que escolhi deixar de sonhar. Naquela altura, constituí o facto de ter sonhado como o grande responsável pelo sofrimento pelo qual estava a passar e comecei a considerar que, esse gesto de idealizar o que quer que fosse que quisesse concretizar ou obter, era somente a construção de uma enorme ilusão, de um engano… de uma esperança completamente irrealizável.

Sonhar, simplesmente não valia a pena… era apenas tempo perdido.

E tempo, numa dose considerável, foi também o que necessitei para atingir o fundo daquele poço e, de tão fundo que o cavei, outra dose em igual medida foi requerida para de lá sair.

Quando me senti de novo a pisar chão debaixo dos pés, deixei para trás, não só o caminho que me levava àquele lugar, mas também a vontade de sonhar…

Fui bastante perseverante em manter a firmeza da ideia de que sonhar era um equívoco. Para terem uma noção, os acontecimentos que aqui vos relatei aconteceram entre 2011 e 2012 e, só em 2017, voltei a ficar recetiva em relação à ideia de se poder sonhar.

Creio que demorei tanto tempo porque, as primeiras lições que eu retirei da situação não eram as mais importantes a reter.

Um dos ensinamentos que aprendi com aquele desenrolar de eventos, foi a não atribuir tanta importância à profissão que eu estiver a exercer, no sentido de não encará-la como definitiva.

Porém, a lição mais importante, que tenho de fazer por ter presente, e que só tomei consciência dela no ano passado, foi: eu não sou aquilo que faço!

Mas eu considerava que era… e não se tratava apenas de uma questão semântica.

SER professora era mesmo a forma como eu vivia não só a profissão, mas a Vida! De forma a compensar outras lacunas que considerava que tinha na minha vida, fiz da profissão o meu ser e projetei para ela tudo aquilo que me seria importante.

Colocado desta forma, fica muito mais fácil perceber a razão de ter caído num buraco tão fundo, quando me vi sem possibilidade de a exercer, não é? A sensação que tive na altura foi a da vida a fugir-me, levando com ela tudo o que me era essencial.

Não sei quanto a ti mas, no que a profissões diz respeito (e não só) creio que somos muitos os que acabam por aglutinar estes dois conceitos: ser e ter. É com extrema facilidade que devolvemos uma resposta começada por “Sou…”, quando somos questionados sobre o que fazemos na vida profissionalmente.

Tu não és o que fazes! SER, tu já és! Sempre foste. Desde que nasceste e talvez até antes disso. A profissão é algo que tens, que exerces, que fazes.

E o que é que isto tudo tem que ver com sonhos? Pois, lá vou eu começar mais uma “partitura”. 😀

Quanto a ti, conta-me, respondendo com a primeira ideia que te surge na mente: se eu te perguntasse agora “O que fazes na vida em termos profissionais?”, com que palavra iniciarias a tua resposta?

Pela Coragem de escolher o Caminho do Amor, com leveza.

Susana Martinho

Objetivos… mas com Flexibilidade – 3.ª parte

Terminei a 1.ª parte deste tema com a pergunta: achas que estás preparado para assumir a responsabilidade da liberdade das tuas escolhas?

E agora deparo-me naquele momento em que gostaria de saber se te foi fácil responder. Terás pensado logo que “sim”, que “não”, “não sei…” ou outra coisa qualquer? O que sentiste quando pensaste na pergunta? E o que sentiste perante as respostas que te surgiram?

O certo é que não existem respostas certas e acredita que gostaria mesmo de saber o que pensas… o que sentes. Afinal, este espaço faz-me muito mais sentido quando existe partilha e ela ocorre, com maior plenitude, quando tu também deixas aqui o teu testemunho.

Pela minha parte, fazendo a pergunta a mim mesma, e tendo presente que é sempre necessário ter em conta o momento atual, a minha resposta é: não sei até que ponto estou inteiramente preparada para assumir a responsabilidade da liberdade das minhas escolhas mas, sei que não estou disposta a prescindir dela.

E o que me leva a hesitar ao ponto de não ter clara certeza da preparação que será eventualmente necessária, é a consciência de saber que não me conheço completamente. Contudo, conheço-me o suficiente para saber que faço questão de tomar a responsabilidade das minhas escolhas para mim, pois isso implica que a liberdade de escolha também foi exercida pela minha pessoa.

E de que forma é que estes conceitos da responsabilidade e da liberdade se relacionam com o tema em questão?

Como partilhei convosco na semana passada, eu própria fiquei surpreendida quando me vi perante eles no primeiro texto desta nova “partitura”. Porém, ao mesmo tempo, constatei que fazia todo o sentido que assim fosse.

Se estamos a falar de objetivos que queremos estabelecer e definir para as nossas vidas, e se a definição desses mesmos objetivos passa por obtermos algo com que queremos impulsionar o nosso Ser e a nossa vida, então, só podemos desejar o melhor para nós quando nos conhecemos ao ponto de saber o que pode ser o melhor para nós.

Por outro lado, e passando a redundância do parágrafo anterior, tudo no Universo começa com uma intenção. Logo, se queres ser específico em relação aos desejos que queres concretizar – nesta coisa dos objetivos a especificidade é fundamental -, e como se pode considerar que ainda estamos dentro do prazo em que se podem elaborar resoluções, talvez a melhor que possas estabelecer, desde 2018 para a vida, seja determinar o objetivo de te conheceres.

Apesar do título do texto o poder sugerir, não me vou focar em eventuais estratégias para conseguirmos definir objetivos e metas. Neste momento, a ideia à qual quero atribuir destaque é somente esta:

Cria Coragem e envereda por aquela que é capaz de ser a jornada mais incrível da tua vida: conhece-te!

Atreve-te a olhar para Ti e a perceber o que faz o teu coração ficar oprimido e o que o faz vibrar, pois essas são as evidências que te mostram em qual dos caminhos estás a fazer as tuas escolhas: medo ou Amor.

Lembra-te que, independentemente do caminho em que te moves, a escolha é tua. E é por isso mesmo que cada um é responsável por aquilo que coloca a circular no Mundo. No seu, em primeiro lugar. No dos outros. No de todos.

Ser livre para escolher é uma reta coincidente com ser o único responsável pela escolha feita.

Dentro da temática deste texto, isto significa que tens liberdade para definir os objetivos que quiseres mas, a sua concretização implica a realização de escolhas e, inevitavelmente, o ato de escolher traz, agregado a si, essa consequência que, talvez, muitos de nós ainda tentem evitar: a responsabilidade.

Não a evites!

Avança por este ano avançando para dentro de ti.

A cada passo que deres, vai-te conhecendo ao ponto de descobrires o que faz o teu coração vibrar. É nessa vibração que te conectas com o Caminho do Amor. Aproveita essa energia e estabelece as tuas intenções, os teus desejos… os teus objetivos.

Faz as tuas escolhas mas, lembra-te que a Vida acontece.

E quando ela acontecer de um modo que contrarie o resultado por ti esperado, pergunta-te, verbalizando as palavras de modo a que te escutes com clareza: “Fizeste o que querias?”

Quando te deparares com o “Sim” a estender-se no interior da tua boca, aproveita cada nano-fragmento desse instante pois, esse é o derradeiro momento do elevado e exímio sabor da liberdade. Aproveita. Usufrui dele sem qualquer pudor de gula.

Abastece-te da presença desse paladar prazeroso e volta a seguir este esquema de passos, tendo sempre presente que a tua liberdade anda de mãos dadas com a tua responsabilidade.

E para que no girar deste círculo possas permitir-te sentir a Vida a fluir, estabelece objetivos, sim… mas com flexibilidade!

Pela Coragem de escolher o Caminho do Amor, com leveza.

Reparaste que o texto, desta vez, saiu à quarta-feira? Pois é! A Vida continua a acontecer e, por aqui, também se persiste em trabalhar a flexibilidade! 😉

Susana Martinho

Objetivos… mas com Flexibilidade – 2.ª parte

Quando me lancei na criação do blogue considerei que, ao fim de algum tempo, talvez começasse a ser mais fácil escrever. Sendo que, por mais fácil, pretendo dizer que o processo se fosse tornando mais rápido, no sentido de organizar no teclado e no monitor as ideias que pretendo transmitir. Só que, ao contrário daquilo que pressupus, esta coisa da escrita tem sido uma aventura constante, até para mim. Aliás, para mim, em primeiro lugar.

Para vocês terem uma noção, quando comecei, os primeiros dois ou três textos foram escritos no próprio dia em que os publiquei. A partir daí, senti o procedimento a ficar mais complexo e, para conseguir cumprir com o compromisso de publicar um texto por semana – o meu objetivo -, tive de começar a antecipar a escrita. E como tenho publicado os textos à terça, costuma ser à segunda que os começo a escrever.

Na semana passada, como já tinha as ideias alinhavadas na mente, voltei a considerar que a escrita daquele texto poderia ser algo simples. Tanto que até comecei por preparar a imagem e só depois comecei a escrever, pensando que já sabia a estrutura que iria seguir. Comecei também com a devida antecedência, na segunda-feira, enquanto tinha a televisão ligada no nível de volume sonoro do: “é só para ter um som de fundo”.

E estava já algures pelo meio do texto quando aquele volume se tornou bastante audível, mesmo sem eu tocar no respectivo botão do comando. Que é o mesmo que dizer que, no programa que estava a decorrer, surgiu alguém a falar, precisamente, do tema sobre o qual eu estava a escrever.

Parei para escutar com atenção. Novos insights surgiram à medida que ouvia o senhor a falar e, por consequência, o texto já não pôde continuar a seguir a estrutura que lhe tinha pré-estabelecido. De tal forma que, a imagem que estava preparada, também já não lhe fazia a devida correspondência e deparei-me a levar as palavras para um ponto – liberdade/responsabilidade – que nem tinha imaginado que pudesse surgir para a temática “resoluções e objetivos”. E embora este ponto tenha acabado por se tornar no seu final, não foi nesse exato momento que terminei o texto.

Após me ter surpreendido com a direção encaminhada, continuei a desenvolvê-lo. Alguns parágrafos mais à frente, acabei por perceber que se estava a tornar demasiado extenso, o que iria dificultar não só que o publicasse dentro do prazo, mas também a vossa leitura. Por isso, resolvi voltar umas linhas atrás e o ponto que eu nem tinha considerado que pudesse surgir, acabou por se converter na transição para poder rematar o texto, ao mesmo tempo que me possibilitava a abertura para a sua continuidade.

Nestas circunstâncias, vislumbrei ainda uma vantagem: já tinha alguns parágrafos adiantados para o texto desta semana e isso tornaria tudo mais fácil – julguei eu… mais uma vez…

Com a intenção de agilizar todo este processo, também pensei em começar a escrever com maior antecedência.

Pois…

Do pensar ao fazer, por vezes, vai uma enorme distância!

Afinal, eu tinha uns planos mas, o meu computador (ou a Vida) tinha outros!

Logo após a publicação do texto da semana passada, ele começou a mostrar um problema de resolução no monitor, que me dificultava bastante trabalhar nele. Pesquisei sobre formas de tentar resolver e tentei algumas sugestões que encontrei, só que nenhuma resultou. Como tal, restava-me formatar o computador e, pelas minhas experiências anteriores, para salvar os dados de modo a poder recuperá-los, bastava guardá-los na repartição D. Tive o cuidado de guardar alguns documentos na “nuvem”, contudo, os mais relevantes, por terem maior quantidade de dados, guardei na bendita repartição.

A formatação correu bem. O problema da resolução ficou resolvido… e a vida realmente aconteceu! Ou seja, a formatação correu tão bem, que nem os dados guardados na repartição D por lá se mantiveram. Foi tudo ao ar… (na altura não foi bem isso que disse mas, vocês entendem-me!)

Não vou negar que o sentimento de prejuízo fez questão de assinalar a sua presença. Houve informação que tinha como muito importante que foi perdida, incluindo os textos do blogue e o tal texto que eu já tinha começado a escrever lá em 2013, e que, para mim, se constituía como um dos principais alicerces para o tal livro que sempre achei que iria escrever. Para além disso, o objetivo que eu tinha para começar a agilizar o processo de escrita ficou encalacrado e o tempo despendido de volta do computador, sem estar a produzir, também foi bastante considerável.

Foi realmente angustiante, contudo, estou a escolher olhar para a situação como uma oportunidade de renovação. Se os seres humanos precisam de meditação para limpar as energias dos seus átomos, os computadores precisam de formatação. 🙂 Simples assim!

Estou em crer que é o Universo a direcionar-me para algo que talvez precise de espaço para se manifestar.

E embora não esteja a cumprir com o objetivo de dar continuidade ao texto anterior, da forma como tinha pré-estabelecido, o certo é que o desabafo que aqui deixo, após a ocorrência destes eventos, está em tudo relacionado com o tema em questão: objetivos… mas com flexibilidade!

E é por isso que aqui me encontro a cumprir com o compromisso de escrever um texto por semana, ao mesmo tempo que faço por adaptar o seu conteúdo às circunstâncias que se ergueram.

Apenas porque a Vida também acontece e precisa de espaço para se mover, trabalhemos a nossa flexibilidade mental. Onde há rigidez não há espaço para o movimento. A energia estagna, bloqueia e surgem pontos de tensão e conflito. Portanto, se queremos entrar no fluir da Vida, no seu movimento natural, foquemo-nos nos nossos objetivos… flexíveis!

Nesta situação que acabei por partilhar convosco, creio que consegui focar-me com com alguma leveza e flexibilidade nos objetivos que tinha definido. E tu, entre a flexibilidade e a rigidez, que postura estás a assumir perante os teus objetivos?

Pela Coragem de escolher o Caminho do Amor, com leveza.

Susana Martinho

Objetivos… mas com Flexibilidade – 1.ª parte

Antes de mais, aproveito para vos dar as boas-vindas a 2018, dentro deste espaço que também é vosso. A todos os que o partilham comigo, cá estamos recém-chegados, a um Ano recém-nascido, ainda no fulgor do estabelecimento de metas e objetivos nos quais, muitos de nós, incutem a carga da esperança de “desta vez é que é”, como se fosse neste novo ano que, finalmente, nos dotássemos da coragem para cumprir com aquela(s) meta(s) que, a cada virar de ano, colocamos na lista de resoluções e que, no final de todos eles, percebemos que contribuímos apenas para o prolongar da continuidade de um sentimento de irresolução.

É com esta extrema facilidade que formamos o círculo vicioso em que a nossa maior resolução de ano novo é elaborar, constantemente, uma irresolução…

Durante alguns anos fiz por me manter a girar nesse círculo. No momento da contagem decrescente, pensar quais eram as intenções que queria concretizar na minha vida era algo que tinha como importante. Algo que eu considerava que poderia realmente estabelecer-se como uma mudança, num futuro que, à medida que os números diminuíam, ficava cada vez mais próximo.

Só que, sem me aperceber, o que realmente acontecia era o seguinte: o estabelecimento das minhas intenções, o conectar-me com elas, durava somente a fração de tempo que decorria entre o brindar, o subir ou não a uma cadeira, segurando uma nota na mão, enquanto comia as 12 passas como se, algures no percurso do processo elaborado pelo sistema digestivo, o associar de cada desejo a uma passa, lhe conferisse maior poder de concretização.

Não sei quanto a vocês mas, após esta descrição, só me ocorre dizer: dahhh! 😀

Exposto assim, fica quase inevitável a sensação de descrença perante a credibilidade que atribuíamos a tais rituais. Mas, como estávamos inseridos num meio em que nos transmitiam a ideia da máxima importância do estabelecimento de objetivos – que, por sinal, já estavam pré-estabelecidos por outros -, sem que nos indicassem estratégias para os podermos levar a cabo, creio que, para muitos de nós, mesmo que nas duas primeiras semanas do ano os tentássemos cumprir, o momento daquela ritualização, elaborado com especial afinco, enquanto soavam as 12 badaladas, constituía-se como o ponto mais alto do nosso contributo para a realização de cada um deles.

Como há já algum tempo que é notório um movimento crescente na mudança deste paradigma, e acredito que ele se irá propagar, fiz questão de escrever o parágrafo anterior no passado.

É claro que a definição de objetivos é importante. E essa importância está na iminência de ser ampliada porque, bem vistas as coisas, as resoluções que costumamos formar são tão vagas, que dificilmente se constituem como objetivos.

Ou seja, embora tenhamos passado a maior parte da nossa vida a tratá-los como princípios idênticos, resoluções e objetivos são elementos distintos.

E apesar do aparente tempo perdido, no emaranhamento causado pela ilusória semelhança entre os dois, a nosso favor joga o facto de estarmos cada vez mais rodeados de técnicas, que nos permitem agilizar as ferramentas que dispomos, para podermos definir e atingir aquilo que realmente nos pode auxiliar no impulso que pretendemos estimular nas nossas vidas: objetivos.

Afinal, responder à pergunta: “O que posso fazer hoje/esta semana/ este mês/ano, para me sentir mais feliz?” e registar, com papel e caneta, o que sinto que faz o meu coração vibrar, difere largamente de pensar “Quero ser feliz”, enquanto procedo à ingestão de mais uma passa. Se gostarmos muito de passas, a sensação de felicidade até poderá ser aumentada enquanto ela se passeia pelas nossas papilas gustativas, mas trata-se de um impacto de pavio muito curto. É tão breve quanto a estadia do pensamento “Quero ser feliz” na nossa mente.

E é esta a principal diferença entre resoluções e objetivos. As primeiras resumem-se a ideias vagas, que cruzam a nossa mente por breves instantes, sendo rapidamente abalroadas pela agitação de tantos pensamentos que fervilham a cada instante. Os objetivos, por sua vez, implicam que formemos perguntas.

E porque é que perguntar é tão importante?

Porque, na busca da resposta, o que vamos realmente procurar são as nossas chaves, as nossas ferramentas, aquilo que temos em nós e que nos possibilita proximidade com o que queremos obter: os nossos super-poderes!

E porque é que registar essas respostas é importante?

Porque, para além de todos os benefícios inerentes à atividade da escrita manual (aumentar a plasticidade do cérebro, melhorar a atenção, a memória, estimular a criatividade…), ao exercê-la no âmbito de um processo de autoconhecimento, favorecemos que se estabeleça conexão, visto que formamos ondas eletromagnéticas (eletro – cérebro/pensamento; magnéticas – coração/sentimento), o que potencia que, de algum modo, comecemos a materializar e a dar forma àquilo pretendemos obter.

Outro elemento que considero crescente na sociedade é o facto de, atualmente, nos ser possibilitada maior liberdade de escolha. Ou melhor, a liberdade de escolha de cada um, em relação aos objetivos que quer concretizar na sua vida, é – e muito bem -, cada vez mais respeitada. Só que a esta circunstância subjaz a responsabilidade individual. A responsabilidade de cada um, apesar de inserido num todo. Teres a liberdade para escolher o que queres, implica que tenhas responsabilidade por aquilo que colocas a circular no mundo.

E como acabei de perceber que o texto acabará por ser mais extenso do que aquilo tinha pensado, lá vou optar por reparti-lo, aproveitando este momento para fazer o remate desta parte. Sendo assim, e como por aqui se pretende fomentar a Coragem que nos coloca no Caminho do Amor, ainda no embalo da oportunidade da energia da renovação, deixo-te com esta pergunta:

Achas que estás preparado para assumir a responsabilidade da liberdade das tuas escolhas?

Pela Coragem de escolher o Caminho do Amor, com leveza.

Susana Martinho