No decorrer destes meses em que estive sem publicar no blogue, sempre pensei que, quando a vontade regressasse, iria retomar o ponto onde fiquei. Contudo, após escrever a mais recente Vitamina de Poder (na página do facebook), tem sido à volta desse tema que a minha mente tem andado a cirandar.
E de algum modo até faz sentido que ocorra aqui um entremeio, no espaço que vai da primeira à segunda parte, nesta história de contarmos a história do modo como queremos que ela seja. Afinal, não será o valor que achamos que temos, um dos alicerces sobre os quais erigimos o enredo da história em que se vai tornar a nossa vida?
Quando estabeleces metas, objetivos – e a aquela expressão que se tornou na minha favorita – sonhos do que pretendes alcançar, não o fazes sempre dentro dos limites do valor que consideras que tens?
Porém, será que sabes o valor que realmente tens? Mais do que isso, será que sabes o valor que realmente ÉS?
E com franqueza, por muitas palavras que eu consiga escrever e por muito bem coordenadas que as consiga colocar, o certo é que, com toda a certeza, ficarei muito aquém de conseguir explicar esse valor que realmente tens/ÉS.
Esse valor que realmente tenho/SOU…
No momento em que dou azo à formulação deste texto, espero apenas conseguir vislumbrar, no meu sentir, aquilo que esse mesmo sentir me indica que é somente uma pontinha desse valor. E torço para que, desse lado, tu, que me acompanhas na leitura, também sintas esse movimento a ocorrer em ti.
E se és daqueles leitores que me tem acompanhado neste percurso da escrita – se és recém-chegado, bem-vindo 🙂 – , parte do que se segue não será novidade, pois já o escrevi antes, em pequenas reflexões soltas (as tais das Vitaminas). Contudo, há palavras que ficam associadas a sentimentos que, quanto a mim, vale a pena reunir e voltar a vivenciar. Assim sendo, aqui vai:
Ao contrário do que por vezes possas ter sido incutido a pensar, o teu valor não reside em algo que te é dado ou que possas obter por um qualquer mérito alcançado através de esforços despendidos.
O teu valor é algo que já é teu.
Sempre foi.
O teu valor reside em ti desde que nasceste. Acredito que até antes disso.
Nesta medida não entra, portanto: o teu género, idade, profissão, estatuto, história de vida… ou uma outra qualquer classe em que costumamos catalogar as pessoas. Catalogarmo-nos.
Acaba, inclusive, de me ocorrer uma classificação que é deveras usual: boas pessoas – más pessoas.
E estando o valor que temos/somos, sempre associado ao que merecemos alcançar/receber, quase de certeza que, para além do teu género, idade, profissão e estatuto, foi na tua própria história de vida que encontraste evidências de que o valor das pessoas não se mede pela sua inclusão numa destas categorias: boa – má.
Por aí, as pessoas são como a Vida… e a Vida é como as pessoas. A Vida nem é boa, nem é má. A Vida simplesmente É! As pessoas simplesmente são.
E é precisamente no Ser, independentemente daquilo que achas que és, que tu tens valor.
Estejas onde estiveres na Vida, sejam as circunstâncias que te rodeiam as que forem, neste exato momento: TU tens Valor!
Neste instante, agora – e em qualquer instante a que, daqui em diante, possas chamar “agora” – a tua perspetiva da Vida é única.
A imagem que está formada na tua mente, neste preciso momento, sobre a Vida, sobre o mundo – sobre o que for – é tua. Tão tua.
Não há, no Mundo, alguém que consiga formar uma imagem que seja, de-ta-lha-da-mente, igual à tua. Por outro lado, sem ti, essa observação da Vida não teria acontecido. É pela tua maneira de observar a Vida e de construir imagens, tão únicas, que a Vida acontece.
A Vida acontece através de TI.
É nesta tua unicidade de Ser que reside o teu valor.
É por seres único que és valioso. É por seres único que és merecedor.
E é somente por isto – ou talvez seja somente por tudo isto – que tu podes contar a história da tua vida exatamente como queres que ela seja.
E a questão que fica agora a pairar em mim, coloco-a a ti também: andas a contar uma história digna do teu valor?
Pela (re)conexão com o Amor que Somos, com leveza.